HCC

Doenças Comuns

Doenças Cardiovasculares

As doenças cardiovasculares constituem a principal causa de morbimortalidade na população brasileira. Não há uma causa única para essas doenças, mas vários fatores de risco, que aumentam a probabilidade de sua ocorrência. A hipertensão arterial e o diabetes mellitus representam dois dos principais fatores de risco, contribuindo decisivamente para o agravamento deste cenário, em nível nacional. Cerca de 85% dos pacientes com acidente vascular encefálico (AVE) e 40% das vítimas de infarto do miocárdio apresentam hipertensão associada. O diabetes atinge a mulher grávida e todas as faixas etárias, sem distinção de etnia, sexo ou condições socioeconômicas.
Na população adulta, sua prevalência é de 7,6%. Com frequência, essas doenças levam à invalidez parcial ou total do indivíduo, com graves repercussões para o paciente, sua família e a sociedade.

I. Hipertenção Arterial (HA)

A definição do conceito foi adotada a partir da classificação definida no III Consenso Brasileiro de HA. Assim, o limite escolhido para definir HA é o de igual ou maior de 140/90 mmhg, quando encontrado pelo menos duas aferições, realizadas em momentos diferentes.
Essa nova orientação da OMS chama atenção para o fato de que não se deve apenas valorizar os níveis de pressão arterial, fazendo-se também necessária uma avaliação do risco cardiovascular. A hipertensão arterial é, portanto definida como uma pressão arterial sistólica maior ou igual a 140mmhg e uma pressão arterial diastólica maior ou igual a 90mmhg, em indivíduos que não estão fazendo uso de medicação anti – hipertensiva.
A pressão arterial de um indivíduo adulto que não esteja em uso de medicação anti – hipertensiva e sem morbidades associadas é considerada normal quando a PAS é < 130mmhg e a PAD < 85mmhg. Níveis de PAS entre 130 e 139mmhg e/ou de PAD entre 85 e 89mmhg são considerados normais.
Sintomas da hipertensão arterial: Dor de cabeça, sangramento nasal, tontura, vertigem e cansaço são alguns dos sintomas da pressão alta. No caso de uma hipertensão arterial grave ou de longa duração que não receba tratamento, os sintomas como dor de cabeça, fadiga, náuseas, vômitos, falta de ar, agitação e visão borrada verificam-se devido a lesões no cérebro, nos olhos, no coração e nos rins.
Tratamento da hipertensão arterial: A hipertensão arterial primária não tem cura, mas o tratamento previne as complicações. Antes de prescrever a administração de medicamentos, é recomendável adotar medidas que estimulem hábitos de vida saudáveis (redução de peso, redução do sal, vida ativa etc).

II. Diabetes Mellitus (DM)

O DM é uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade de a insulina exercer adequadamente seus efeitos. Caracteriza-se por hiperglicemia crônica com distúrbios do metabolismo dos carboidratos, lipídeos e proteínas. As consequências do DM, em longo prazo, incluem disfunção e falência de vários órgãos, especialmente rins, olhos, nervos, coração e vasos sanguíneos.

DIABETES MELLITUS Tipo 1 (DM 1)

O diabetes Tipo 1 (DM1) é uma doença autoimune caracterizada pela destruição das células beta produtoras de insulina. Isso acontece por engano porque o organismo as identifica como corpos estranhos. A sua ação é uma resposta autoimune. Este tipo de reação também ocorre em outras doenças, como esclerose múltipla, Lúpus e doenças da tireoide.
A DM1 surge quando o organismo deixa de produzir insulina (ou produz apenas uma quantidade muito pequena). Quando isso acontece, é preciso tomar insulina para viver e se manter saudável. As pessoas precisam de injeções diárias de insulina para regularizar o metabolismo do açúcar. Pois, sem insulina, a glicose não consegue chegar até as células, que precisam dela para queimar e transformá-la em energia. As altas taxas de glicose acumulada no sangue, com o passar do tempo, podem afetar os olhos, rins, nervos ou coração.
A maioria das pessoas com DM1 desenvolve grandes quantidades de auto anticorpos, que circulam na corrente sanguínea algum tempo antes da doença ser diagnosticada. Os anticorpos são proteínas geradas no organismo para destruir germes ou vírus. Auto anticorpos são anticorpos com “mau comportamento”, ou seja, eles atacam os próprios tecidos do corpo de uma pessoa. Nos casos de DM1, os auto anticorpos podem atacar as células que a produzem.
Não se sabe ao certo por que as pessoas desenvolvem o DM1. Sabe-se que há casos em que algumas pessoas nascem com genes que as predispõem à doença. Mas outras têm os mesmos genes e não têm diabetes. Pode ser algo próprio do organismo, ou uma causa externa, como por exemplo, uma perda emocional. Outro dado é que, no geral, é mais frequente em pessoas com menos de 35 anos, mas vale lembrar que ela pode surgir em qualquer idade.
Sintomas
Pessoas com níveis altos ou mal controlados de glicose no sangue podem apresentar:
• Vontade de urinar diversas vezes;
• Fome frequente;
• Sede constante;
• Perda de peso;
• Fraqueza;
• Fadiga;
• Nervosismo;
• Mudanças de humor;
• Náusea;
• Vômito.

DIABETES MELLITUS Tipo 2 (DM 2)

Sabe-se que o diabetes do tipo 2 possui um fator hereditário maior do que no tipo 1. Além disso, há uma grande relação com a obesidade e o sedentarismo. Estima-se que 60% a 90% dos portadores da doença sejam obesos. A incidência é maior após os 40 anos.
Uma de suas peculiaridades é a contínua produção de insulina pelo pâncreas. O problema está na incapacidade de absorção das células musculares e adiposas. Por muitas razões, suas células não conseguem metabolizar a glicose suficiente da corrente sanguínea. Esta é uma anomalia chamada de "resistência Insulínica".
O diabetes tipo 2 é cerca de 8 a 10 vezes mais comum que o tipo 1 e pode responder ao tratamento com dieta e exercício físico. Outras vezes vai necessitar de medicamentos orais e, por fim, a combinação destes com a insulina.
Sintomas
• Infecções frequentes;
• Alteração visual (visão embaçada);
• Dificuldade na cicatrização de feridas;
• Formigamento nos pés;
• Furunculose.

Diabete Gestacional

A diabete gestacional é um problema que surge durante a gravidez. A mulher fica com uma quantidade maior que o normal de açúcar no sangue. É uma condição que quase sempre se normaliza sozinha depois que o bebê nasce -- ao contrário de outros tipos de diabete, que dura à vida inteira.
A diabete aparece quando o corpo não consegue fabricar a insulina -- um hormônio produzido pelo pâncreas -- em quantidade suficiente. A insulina controla a quantidade de açúcar disponível no sangue, para ser usado como fonte de energia, e permite que o excesso de açúcar seja armazenado.
Seu corpo precisa produzir insulina extra para atender às necessidades do bebê -- principalmente da metade da gravidez em diante.
Se seu corpo não conseguir fazer isso, você pode ficar com diabete gestacional. Seu nível de açúcar no sangue também pode subir devido às mudanças hormonais da gravidez, que interferem na ação da insulina.
Nas primeiras consultas do pré-natal, você será submetida a um exame de sangue, e nele será feita a medição da glicemia de jejum. Se o médico considerar o resultado alterado, pode pedir um novo exame, o teste de tolerância à glicose -- em que você tem de tomar um líquido doce e uma hora depois colher sangue para dosar a glicemia. No caso de o primeiro resultado ser normal, mas o obstetra considerar que seu risco de ter diabete gestacional é mais elevado, ele pode pedir um novo exame de glicemia de jejum na segunda metade da gravidez.

Causas e sintomas:

São várias as causas do diabetes gestacional, sem descartar o stress, que provoca alterações no sistema de defesas do organismo materno. Essas causas são o excessivo ganho de peso, alimentos doces em demasia, a falta de atividade física e o tabagismo. Os sintomas da mulher grávida variam muito de pessoa para pessoa, embora alguns possam ser comuns e mais visíveis, como o excessivo ganho de peso, inchaço, bulimia (comer demais). Ela também pode se queixar de vômitos incontroláveis, sua urina se modifica ou é abundante, visão turva (às vezes, necessitando de óculos temporariamente) e, em alguns casos, a mulher deve ser internada a intervalos regulares e monitorada em ambiente hospitalar.
A grávida deve prestar bastante atenção, pois seu estado de humor pode oscilar demasiadamente e com frequência maior que a habitual. Isto acontece devido à estreita relação que existe entre os hormônios secretados e as emoções. Vários fatores em conjunto, durante a gravidez, podem então fazer com que a glicose não seja utilizada adequadamente e, neste caso, ela se acumula no sangue, sendo o excesso eliminado através da urina. A falta ou a não ação da insulina impede o organismo de aproveitar as proteínas, as gorduras e os hidratos de carbono, fontes de energia do organismo.

Exames

- Controle da urina e do sangue através de testes específicos (por exemplo, o teste de glicemia, que é a quantidade de açúcar no sangue), controle sistemático de peso, acompanhamento pré-natal intensificado. Todo e qualquer medicamento que a grávida necessita tomar deve ser indicado e acompanhado pelo médico.
- No diabetes gestacional, como nos outros tipos de diabetes, é importante saber que a maior parte do tratamento deve ser feita pelo paciente, e não pelo médico. Este apenas tem o papel de educar a grávida para que ela se auto-regule, além de oferecer todas as informações para garantir que ela saiba como conduzir a gravidez.
- Se a mulher não tem histórico de diabetes na família, a melhor forma de evitar a doença durante a gravidez é através da alimentação. Uma vez constatado o diabetes, convém, além dos cuidados médicos, seguir orientação de um nutricionista.

Dicas

A mulher que tem propensão maior ao diabetes deve confiar seu pré-natal a um médico que esteja disponível e acessível para dar orientação, inclusive por telefone, pois ela pode precisar dele a qualquer momento.
Exercícios de relaxamento contribuem muito para prevenir e controlar a atuação do sistema imunológico. Em circunstâncias ideais, o sistema imunológico confere ao organismo todas as defesas contra as doenças, fortalecendo a mãe e o bebê.
O diabetes gestacional é bem conhecido e tem tratamento definido, podendo dar à mãe e aos bebês maior qualidade de vida atualmente. Por isso mesmo, a grávida deve frequentar grupos de diabetes, ler e acompanhar artigos sobre a doença e procurar, ela mesma, estabelecer um controle adequado, não esperando que seu instrutor (o médico) dirija o carro para ela.
Evitar filmes pesados e tristes, evitar ouvir histórias de outras mulheres com final trágico, pesar todos os conselhos caseiro que recebe vão trazer um enorme ganho emocional para a grávida, que pode ajudar no controle do diabetes.
Ao fim da gestação, fazer exames e controles, pois o diabetes tende a desaparecer, neste caso, assim como veio. A expectativa positiva de cura é fundamental e a futura mãe precisa saber que ela tem direito - e obrigação - de ser saudável e feliz, para conduzir bem a própria vida e mais a do pequeno ser que está vindo ao mundo.
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